A disposição de tentar cruzar a fronteira de volta para o Brasil através de sua rota mais improvável foi também uma tentativa de mostrar quão absurdo é a condição de estar tão próximo e ainda assim tão longe, de um país vizinho que tem tanto a nos oferecer.
A rota escolhida passava por dois dias de barco subindo o rio Ucayalli até a municipalidade de Bolognesi. Dalí partiria de motocicleta através de uma estrada aberta por madeireiros, até a municipalidade do Breu, ainda em território peruano, mas já em pleno “Vale do Yuruá”.
O que ocorreu foi que a grande falta de informações precisas sobre a rota, acabaram por inviabilizá-la. Enquanto alguns afirmavam ser totalmente possível, outros já desestimulavam a tentativa, por cinta de que as chuvas já haviam começado. Outro problema também é que ainda que a rota apareça nos mapas do Ministério dos Transportes do Peru (UC 105) como uma via estadual, na pratica ela é apenas uma rota de madeireiros que passa por dentro de Terras Indígenas (em sua maioria Ashaninkas peruanos). Em Pucallpa chegava a notícia de que um motociclista australiano teria sido detido pelos indígenas dentro de suas áreas.
Todas estas dificuldades trouxeram aliados inesperados, o “Charapa’s Rally Club”, equipe de motociclistas pucalpinos acostumados a fazer o impossível em termos de motociclismo em terras amazônicas.
Fizemos contato com o engenheiro da empresa madeireira responsável pela rota para que este nos autorizasse a passar. Este apenas nos disse que a autorização caberia na verdade às comunidades indígenas. Entramos em contato com as lideranças através de suas representações na cidade e estes nos expediram uma autorização. Apesar disso, a diretoria da organização através de rádio, obteve a informação de que pelo menos uma das quatro pontes, já estavam cobertas de água, inviabilizando esta rota.
A única alternativa então era então embarcar a motocicleta em um vôo para a municipalidade de Breu, mas dias seguidos de chuva impossibilitavam a aterrissagem de qualquer aeronave na sua pista de terra.
A rota escolhida passava por dois dias de barco subindo o rio Ucayalli até a municipalidade de Bolognesi. Dalí partiria de motocicleta através de uma estrada aberta por madeireiros, até a municipalidade do Breu, ainda em território peruano, mas já em pleno “Vale do Yuruá”.
O que ocorreu foi que a grande falta de informações precisas sobre a rota, acabaram por inviabilizá-la. Enquanto alguns afirmavam ser totalmente possível, outros já desestimulavam a tentativa, por cinta de que as chuvas já haviam começado. Outro problema também é que ainda que a rota apareça nos mapas do Ministério dos Transportes do Peru (UC 105) como uma via estadual, na pratica ela é apenas uma rota de madeireiros que passa por dentro de Terras Indígenas (em sua maioria Ashaninkas peruanos). Em Pucallpa chegava a notícia de que um motociclista australiano teria sido detido pelos indígenas dentro de suas áreas.
Todas estas dificuldades trouxeram aliados inesperados, o “Charapa’s Rally Club”, equipe de motociclistas pucalpinos acostumados a fazer o impossível em termos de motociclismo em terras amazônicas.
Fizemos contato com o engenheiro da empresa madeireira responsável pela rota para que este nos autorizasse a passar. Este apenas nos disse que a autorização caberia na verdade às comunidades indígenas. Entramos em contato com as lideranças através de suas representações na cidade e estes nos expediram uma autorização. Apesar disso, a diretoria da organização através de rádio, obteve a informação de que pelo menos uma das quatro pontes, já estavam cobertas de água, inviabilizando esta rota.
A única alternativa então era então embarcar a motocicleta em um vôo para a municipalidade de Breu, mas dias seguidos de chuva impossibilitavam a aterrissagem de qualquer aeronave na sua pista de terra.
Com isso completava uma viagem de mais de 4 mil quilômetros cruzando florestas, montanhas, desertos, conhecendo um país com mais de 5 mil anos de historia, com problemas e contradições muito semelhantes ao Brasil, mas que com certeza também tem muito a ensinar e aprender conosco. Um verdadeiro universo de possibilidades, não apenas de comércio de trocas culturais, de valores, de um povo que tem a nós, brasileiros, em alta estima.
Posso dizer que foi uma verdadeira "viagem sem volta", uma vez que nunca voltei, apenas "dei a volta", completando um circulo mco9mpleto saindo de CZS- Rio Branco - Assis Brasil - Puerto Maldonado - Cuzco - Abancay- Nazca - Lima - La Oroya - Tingo Maria - Pucalpa - Yuruá - Marechal Thaumaturgo - Cruzeiro do Sul.



Pela primeira vez, sinto o “hueco” (buraco) da solidao a me perturbar.




A Chacana é a resultante de dois conceitos. O primeiro é a divisao do Universo em tres mundos: o mundo subteraneo, o mundo médio, em que vivemos, e o mundo superior. O segundo conceito é o o mesmo do Tawantinsuyu, ou seja, as quatro direçoes.
É verdade que os Incas, bem como seus antecessores, viam na natureza, reflexos do divino. No entanto, hoje, embora existam visoes diferentes, há uma concordância de que os Incas acreditavam em um único principio criador universal, além do universo visível. Este princípio, segundo algumas versoes seria Wiracocha, palavra que em quétchua significa aproximadamente “lago de luz”. A partir de Wiracocha, principio unico e indivisível teriam surgido Tempo e Espaco representados respectivamente como Pachacamac e Pachamama e a partir destes, surgiram entao os desemembramentos seguintes dando origem ao movimento e aos diferentes universos dimensionais, inclusive a Terra. Para eles nao havia o conceito de paraíso perdido, e a Terra bem como toda a própria realidade eram parte inseparáveis do principio universal criador, devendo por isso serem objeto de louvor.
Neste sentido surgem os Apus, forças da natureza divinizadas cujo culto eram parte do grande culto à natureza e à realidade que prestavam os antigos Incas.
Assim que sai de Marcapata iniciei uma nova subida, desta vez ainda mais íngreme. No entanto, após 5 km o asfalto surge novamente e a estrada, em que pese a altitude, é segura. Apesar disso, a moto mal conseguia ultrapassar os 20 km/h e em alguns momentos tive que zigzaguear na pista para que ela nao morresse de todo. Alguns quilometros adiante tive a visão do nevado Auzangate o maior da regiao com mais de 6.300 metros de altitude.
Nas ruas de Cuzco passeiam gente de todo mundo, europeus, principalmente, mas também muitos latino americanos e os próprios cuzqueños que adoram aproveitar a beleza da sua mundialmente famosa “Plaza D'Armas”. 
A paisagem é bela e a estrada, boa e segue tranqüilamente assim ate a localidade Quince mil, onde surge um aviso diante do condutor: “Peligro de Muerte”.