segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As contradições de um país à margem do Pacífico

Ao sair de Cuzco em direcao a Nazca, saimos tambem da transoceanica, que nos levaria 600 km mais distantes ao sul, e portanto, muito longe do trajeto de volta para o Juruá. Entramos entao na Rodovia Panamericana que segue em direcao aos Portos de Marcona, e a Capital deste imenso país, Lima.
É incrivel como se pode ter uma impressao erronea, superficial sobre um pais quando se conhece somente uma parte dele. Assim é o Brasil, e assim é também o Peru. Assim que saimos de Nazca e nos aproximamos cada vez mais do litoral do Oceano Pacífico, vamos vendo um país diferente surgir diante de nossos olhos. O Peru historico, que vive de seu passado glorioso já praticamente nao existe mais. No lugar dele, uma nacao moderna, capitalista e sobretudo,desigual.

O Milagre do Guano e a desigualdade

Algo impressionante é o chamado "milagre do Guano", o esterco das aves marinhas deixado sobre as ilhas do litoral, deixam um material riquissmo que é aproveitado para om plantio de milho, algodao e frutas das mais diversas desde morango, uva e pessego até frutas que eu e voce nunca ouvimos falar antes como a granadilla e o "pepino" uma fruta dulcíssima que nada tem a ver com o pepino que conhecemos (que aqui eles chamam de pepinillo). Sao dezenas de "oasis" nesta faixa de terra desértica do litoral pacifico.

Também desaparecem as referencias ao passado glorios dos Incas, muito embora, também existam por aqui vestigios da passagem de povos antigos, que utilizavam tecnicas parecidas para prover o sustento de seus povos no deserto.
Existem também macro-emprendimentos para exportacao de minerios para China e Japao e as ruas caoticas de cidades como Cañete celebram a modernidade com luzes, barulho e comercio.
As quitandas estao espalhadas por toda parte, uma oferta incrivel de produtos do mar, da selva e das montanhas, também aparecem aqui as primeiras favelas e pela primeira vez, em mais de 2 mil e 400 quilometros rodados, vi criancas pedindo esmolas nas ruas.

Pacífico

Um mar frio e de praia pedregulhosa realmente nao parece muito convidativo, e os habitantes daqui praticamente o ignoram. As casas sao feitas de costas para o mar, e as atividades estao mais ligadas a agricultura do que a pesca e lazer, como seria de se esperar em uma cidade litoranea.
Ainda assim, assiti ao por-do-sol sobre o mar, algo impossivel no Brasil, uma vez que o Atlantico está à leste. Sempre um espetáculo grandioso que preenche nossa insignificancia da vastidao do Céu e do Mar.

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